19 de abr. de 2012

Titanic - A agonia de um gigante


Assistindo aos especiais do NatGeo sobre os 100 anos do trágico acidente do Titanic, acompanhei as pesquisas que James Cameron realizou após a exibição do filme homônimo de sua criação, edição, direção e produção.

A humildade de Cameron em admitir alguns erros inocentemente cometidos à época é admirável. Entretanto ele deixou claro que não fará uma nova história com as descobertas dessas pesquisas mas, vale a pena deixar mencionado quais seriam as alterações caso ele as implementasse.



O fascínio pelo desastre ocorrido em 1912 pode ser justificado pela riqueza de história que ele carrega, as facetas do comportamento humano em todos os seus lados, a perplexidade que causa em alguns até hoje e que, com certeza, continuará causando aos seus estudiosos e curiosos, já que o mar sempre traz mais novidades à luz de olhares mais atentos com seus constantes e incessantes movimentos no solo arenoso.

A ambição, a tentativa de manter o controle das máquinas e da natureza, a soberba, o preconceito social, o egoísmo, enfim, o transatlântico parecia carregar em si toda a fraqueza humana, adornada em pompas e luxúria. Obviamente, inocentes também foram envolvidos no caos trágico daquela madrugada aterradora.

Conforme o documentário, o iceberg, flutuando em águas extremamente calmas, sequer foi denunciado pela espuma natural que atinge as pedras em condições normais. Céu estrelado, sem o luar para iluminar, acredita-se que o causador do rasgo do transatlântico foi avistado somente quando percebeu-se a ausência de estrelas, à uma certa distância, desenhando uma silhueta totalmente enegrecida, que causando estranheza, acabou sendo o estopim do alerta de colisão.

Na tentativa desesperadora de afastar o navio que já navegava com velocidade acima da programada,   ocorreu o rasgo à estibordo. Nova tentativa foi acionada, desta feita tentando salvar as hélices da popa, desenhando um meio arco ao redor do iceberg.

Há relatos de que havia outra embarcação nas proximidades, o Californian, e que ordens foram dadas orientando os botes salva-vidas a seguirem na direção do tal navio - que por razões desconhecidas, negou-se a ajudar. Acredita-se que o navio estaria a uma distância de 15Km. Alguns estudos indicam que o Californian teria confundido o Titanic com um iceberg... Mas a pergunta que fica na minha cabeça é: iceberg pede socorro por rádio e telégrafo?

Uma das comportas laterais foi aberta, conforme observado nos restos do transatlântico afundado. Provavelmente mais uma tentativa de evacuar o Titanic já que não haviam botes suficientes.

As janelas da ponte de comando (onde o Capitão morreu no filme) estavam totalmente abertas. Imagina-se que a pressão da água tenha forçado as travas que as mantinha fechadas. Portanto os vidros não foram quebrados conforme a versão cinematográfica.

O transatlântico adernou um pouco no momento em que começou a afundar. No filme vemos o navio em posição horizontal, sem jogar para nenhum dos lados. Mesmo com toda a tecnologia utilizada em sua construção, eu pessoalmente já passei por um evento na travessia Rio-Niterói, cujas barcas são construídas para não afundarem e, com o peso dos passageiros para um dos lados da barca, a dita adernou formando um ângulo de 5-10 graus se muito. Cameron assumiu a culpa por não ter sequer imaginado isso.

Os fogos de artifício lançados para localização em caso de resgate não eram totalmente amarelos. Eram multicoloridos como encontrados em escavações recentes.

E, para terminar, a popa no momento em que a embarcação começou a afundar e rompeu-se no meio, não se ergueu verticalmente em ângulo reto com o mar mas sim em 37 graus.

As demais descobertas não interferem na produção mas ajudam a elucidar algumas questões justificando a localização dos destroços em posições diversas. Está muito claro que mais novidades surgirão nos próximos anos.

Infelizmente não posso postar o vídeo apresentado mas vale a pena assistir no NatGeo caso seja reexibido.

Fica então minha homenagem ao centenário do Titanic e concordo com Cameron quando diz no final do documentário que o Titanic pode ser visto como o microcosmo da condição humana. Pobres e ricos devidamente separados e descartados em caso de salvamento, o homem desafiando a natureza, egocentrismo, desrespeito, arrogância, todos os ingredientes que compõem a receita do planeta Terra em 2012.

Para concluir, assisti pela trigésima sétima vez o filme, desta vez em 3D. E, logicamente, me emocionei em três dimensões... Valeu a pena!

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